terça-feira, 11 de setembro de 2012

Pelo direito de falar do papel higiênico‏

Lembro de quando ainda pequena, quando o jornal parecia ter o dobro do meu tamanho, coisa de gente grande, eu saia me desdobrando com a página do horóscopo que, para minha felicidade, ficava logo ao lado dos quadrinhos. Com o passar do tempo a descoberta dos outros cadernos deram novo significado ao amontoado de páginas, mas as tirinhas e o horóscopo não foram deixados de lado, muito embora as previsões já não fossem mais tão proféticas.
O caso é que o folhoso comporta o mundo em relatos diários. É de se esperar que algumas páginas pareçam mais sujas e desalinhadas, por assim dizer, enquanto que outras cheirosas e coloridas. Algumas mais importantes, outras menos. Mas, que fique claro, não é o assunto que vai determinar o quanto um texto está bem escrito.
Semana passada os pensamentos enervaram e os olhos ficaram duros, quase não piscaram, depois que li a coluna de Antônio Prata, da Folha. O texto, muito bem escrito, foi fonte de boas risadas, já os comentários sobre a “inutilidade” do escrito foram fonte de incômodo. O que seria essa intolerância, retrocesso? 
Se a página principal do jornal destacasse a orientação política do papel higiênico, de fato, causaria estranhamento, mas vamos combinar que pra uma coluna é mais que aceitável. "Com uma humanidade coalhada de crônicos e prementes problemas", que bom que ainda podemos ler sobre a extinção silenciosa do papel higiênico rosa, sobre a artista que pinta quadros com beijos, sobre a exposição de obras de arte com peças invisíveis e o que mais for. 

2 comentários:

Andréia Félix disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Andréia Félix disse...

Bem engraçado o texto do Antônio Prada haha

Gosto de jornal, mas desde pequena minha paixão sempre foram revistas :D

Mas sabe que até hoje o jornal parece que tem o dobro do meu tamanho? Quando o leio - geralmente de mannhã cedo, no metrô - acho que é exatamente isso que as pessoas acham, que ele é grande demais para o pouco espaço que "sobra" por ali hahaha Eu me desdobro para virar uma página e dobrá-lo certinho na parte em que quero ler. Quando consigo, as pessoas até fazer cara de alívio rsrs