A cada passo a certeza,
embora o medo e a ansiedade também estivessem lá. Uma sensação libertadora me
tomava por inteira enquanto era instigada por toda aquela luxúria. As pessoas
que passavam apressadas em seus carros em plena avenida sem muito movimento nem
de longe suspeitavam do que acontecia no quarto andar daquela faculdade. Ele
nem era mais aluno e eu nunca havia sido. Em meio à penumbra da sala vazia me
abandonei à libido que nos consumia. A qualquer momento alguém poderia chegar,
mas isso não importava, não naquele momento. Poderia o coração parar de bater
de tanto palpitar? Não, não parou. Experimentamos uma sensação cujo prazer só é
conhecido por quem já cometeu um pecado.
Confundimos nossos corpos e suores. Misturamos nossas pernas numa dança
de quadris içados. Eram movimentos desvairados. Foi entre murmúrios ao pé do
ouvido que vestimos as roupas e compactuamos nosso segredo em silêncio. É por
isso que fica aqui entre nós.
A.M.
*Atendendo a pedidos graciosos, cá está mais uma
das Minhas Histórias dos Outros. 'Lugares Públicos' está de volta. Leia também:- No escurinho do cinema
- Uma saída para emergência
Um comentário:
Das medidas de tempo, o Agora é a que mais gosto, nem sempre nos orgulhamos do Antes, o Por Enquanto pode durar muito pouco, o Depois pode nunca chegar, mas o Agora está sempre a nossa frente, pronto para ser o que dele moldarmos. Somente o Agora nos possibilita essas loucuras momentâneas, e com o passar do tempo, notamos que esses momentos de loucuras são na realidade os mais sãos que tivemos, e se pudéssemos voltar atrás...com certeza teríamos muito mais deles...Afinal, se todos soubessem o valor do Agora, Presentear-se-iam- todos os dias!
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