quarta-feira, 1 de junho de 2011

Tsc tsc tsc


Tiro e queda. Saio pronta e ilesa. Dessa, ora essa. Nessa de separar joio do trigo quase perdi a razão e quatro dentes. Cinco sorrisos desperdiçados na hora. A anterior que era agora no instantinho. Instantinho aquele que passou. Olha se voltou? Nada. E nessa, outro instantezinho passou e eu nem vi. Olha ai, passou de novo. E eu aqui.
Tsc tsc tsc
De agora em diante serei esse instante. E esse. E esse. E esse. E mais esse e esse... Olha que tô na primeira pessoa. Ai, que no presente fica tudo mais fácil de conjugar. Podia ter sido, mas esqueci de flexionar o verbo. Agora como pode o ser ser o que não foi? Ahh... Esse mundo de pretéritos tão perfeitos, mais que perfeitos. Perfeitos idiotas.
Tsc tsc tsc
Mas fique, se assente. Tome tento e um tantin de Gim pra botar as preposições em ordem. Nada será perdido, apenas reorganizado. E as prioridades, cada qual no seu canto, na mais perfeita desordem de mim em ti, de ti em mim, nos nós de nós enrolados na garganta, presos no fio dessa navalha cega que não corta, só arranha e faz sangrar.

2 comentários:

Procopio disse...

Boa Gi.
São essas navalhas cegas que não nos matam.
Torturam a alma a cada vez que nos fazem lembrar cada arranhando que depois, sangra pelos olhos.

Cris disse...

A vida é feita de momentos, instantes, errantes ou não...é a vida. Nós somos obras feitas e inacabadas, oriundas de cada um deles. O que nos falta não deve ser extraído da conjuntura de pretéritos, sob pena ficarmos conjugados eternamente na forma imperfeita.
O bom é acordar todos os dias no futuro do presente e anoitecer no pretérito perfeito, criar neologismos se preciso, se conjugar sem preposições e de vez enquando umas ligações...rs!
Ah sim...conservar o que perdeu sua essencia vai te por eternamente no gerundio!Ou lhe dá outra ou joga fora!