Diz-se puta
Desculpa!
Amarga
A boca
Tão muda
Rouca
Num egoísmo singelo repousa
O mundo da louca
Sem poupa
Tão pouca
Valha-me Deus
Estou nua
Toda crua
Empenada
No ruir dos dias
Com ossos quebrados
Cerrados
Os dentes
Amarelados
Cravados na carne
Crivados na alma
Crispados de vida
Privados de ser
Retina
Cretina que cria
Recria
Desbaratina
5 comentários:
Excelente!!! Não peça desculpa, que se dane o mundo!!! rsrsrs Revolta³³³³
Não consigo imaginar título melhor, traduz exatamente o sentimento ao término da leitura, é como entregar TUDO não receber NADA de volta, mas tudo que foi entregue recupera-se o que não recebeu de volta que será o eterno vazio, de quem não deu e não de quem não recebeu!
O poema é ‘expressivo’ não consigo encontrar adjetivo melhor, mas deixa uma sensação de vazio, sujo, úmido e sombrio...
Seus dois últimos posts são mto solitários...
Vai tomar sol que passa! Mas não é do sol "astro rei" de quem estou falando...vc sabe até mais do que eu, está dentro de vc!
O bolor e seu odor. O mundo, os fungos. Escuridão, aflição. A alma embolora, assim, igual ao pão. As pessoas emboloram na solidão.
Lindo texto, poema, pensamentos... enfim, como definir isso?
To gostando de ver isso aqui...
Melancolia com surtos explosivos, questionamentos com quedas abruptas num vale de vazios.
De fato um ser paradoxalmente encantador.
to quase fã.
Bjo!
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