sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Escrevi, mas não mandei

Um dia desses, sem querer, descobri que a dor é menos sofrida em rimas baratas, às vezes só frases sem sentido. Pieguice? Pode ser. Tanto faz. O fato é que depois dessa apoteose passei a reproduzir inúmeros rascunhos de pensamentos e sentimentos que jamais chegaram aos seus destinos, desconhecem o olhar de seus verdadeiros donos. Alguns se perderam de tal modo, que já nem me lembro mais a quem ou porque escrevi, são quase palavras mortas, miseráveis que perderam o sentido, não têm uma razão, coisas disformes que já não servem nem para guardar minhas lembranças. Outros, em contrapartida, arranham meus pensamentos cobrando seus momentos, como se replicassem uma vida. Pior que frutos da dor, são filhos da expectativa.

E assim, como quem reserva uma parte da casa para guardar as inutilidades, criei um espaço no blog só para entulhar os textos que já não me servem mais, os que nunca serviram, mas que, ainda assim, não pude jogar fora. Quis fazer desses verbos que nunca tiveram ação, nunca foram meus ou de alguém, assim, de quem os quiser, inclusive de ninguém. Logo que a falta de coragem parar de me encher posto o primeiro.

2 comentários:

Aline Correa disse...

Amei seu blog!
Tô te seguindo..
Beijos
Aline (Teacher :)

Felipe Teles disse...
Este comentário foi removido pelo autor.